Lava lamp

Quando ele me fala ao telefone "tá bom, eu passo aí", meu corpo assimila a mensagem mais rápido que o cérebro

Eu viro uma lava lamp, prestes a explodir

Insetos festejam no meu esôfago, batendo suas asinhas.

Não deixe seu coração à mostra

Se não eu roubo!

Vou entrar no meu casulo

Só saio quando tiver asas!

Garota de Ipanema

Ela andava tão segura de si

Aquelas orelhas e a saia que ficava mais comportada pois ela tinha colocado uma meia.

Ela podia ser qualquer coisa, até a pirata da foto.

Uma pirata fodona!

Aquele vento, e todos aqueles caras. Ela só olhava e ria

Nem sei do que ria, devia ser de nojo.

Sozinha, naquela calçada imunda, naquela fila gigante de volta pra casa no busão-carnaval também pode deixar as pessoas alteradas quando significa um lugar naquela minhoca infernal.

Puxou papo com um cobrador, falou umas gracinhas- já tá íntima dele, de tanto andar por aí.

Em casa não tem nada

Não tem pais, só aqueles cachorros que desde os 7 sacodem o rabo pra menina que não é de Ipanema.

Perambula por aí, aproveita sua sorte gata

Prateleira dos mundos possíveis

Fiquei tão feliz, ele me disse que eu fazia parte da prateleira de "mundos possíveis"

Ele me deu uma chance

Todos os lugares que não conhecemos, que nunca fomos, os cafés que nunca tomamos e talvez nem tomaremos.

Ma eu faço parte da prateleira dos mundos possíveis.

Sou como aquela loja esotérica, o chá e o elefante indiano de madeira

Alguns cacos pelo chão

Tô aqui

Tô sozinha.

E olha que engraçado, eu tô bem

Cigana

Vai cigana, roda essa saia!

Quero ver as flores se embaralhando

Mundão

arquivo pessoal

Nesse caso se resume a Minas Gerais
Sô, saudadi dimais
Êta coração!


Vale a pena: www.myspace.com/ceumar

Universo paralelo ao chão

Já sentiu como se você pudesse acordar em um lugar inóspito, estrelas sobre sua cabeça, um milharal ao redor?

De repente vem uma luz de cima, um holofote, que quase te cega e começa a te puxar inexplicavelmente pra cima

E você sobe, sobe, caindo pro lado ao contrário, caindo pro meio do nada no universo

Não tem mais barulho dos grilos, do vento batendo na plantação

Solidão.

Das escolhas que eu fiz

Das escolhas que fiz, me arrependo de poucas
Apenas aquelas que prejudicaram a minha saúde.
Mas dessas aí, aprendi a conviver com a consequência do erro

Dessa vida só saem impunes aqueles que não vivem.

Terra chamando

Voltei das Minas Gerais
Voltei entre aspas
Pedaços da minha alma ficaram lá, Itamonte, São Thomé, Três Corações

Três corações não dão conta da saudade.
Engraçado, senti saudade até das pessoas da rodoviária

Carência típica de urbanóides, que se apaixonam ao primeiro "bom dia" de um desconhecido na rua.