quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Fazendo a empalhada



Divagando sobre assuntos aleatórios, que passam pela minha mente tão rápido que eu mal posso agarrar um e escrever algo que preste, criei uma nova gíria.
Gíria dos tempos modernos. Tempos modernos? Em algum ano a.C. deviam dizer que era um assunto moderno também.
Viver em sociedade é um baita desafio. Saber calar, falar, agir e estagnar nos momentos certos é pra gente sensível, gente que acima de tudo respeita o próximo e tem o mínimo de inteligência social pra saber que seus direitos terminam onde os do outro começam.
Então a gíria é pra você, bicha rústica, que mesmo morando na selva de concreto tem que fazer a empalhada.
Fazer a empalhada não é se omitir, mas saber a hora certa de dar pitacos e bancar a louca... é uma releitura do bom e velho "manda quem pode e obedece quem tem juízo".
E eu, que sou menina ajuizada, vou fazendo a empalhada...




Eu, como amante dos hábitos e gostos estranhos, adoro taxidermia, a arte de dar forma as peles.

A saga da mulher polvo e outras histórias



Por que não?

Por que não assumir os defeitos, as falhas e imperfeições?
Acho muito chata essa obrigação de evoluir, entrar pra drenagem, começar a dieta ortomolecular que vai deixar você igual ao Cazuza no final da doença.
Saudável é ser feliz, fazer o que te dá prazer. Sair dos limites faz parte, é a grande aventura.

Parte desse texto é pelo fato de ter cansado de tudo isso, toda essa falsa concepção de beleza e a valorização de algo que nem mesmo importa. A casca é só a casca, ou você guardou todos os seus brinquedos na embalagem?
O divertido era rasgar o embrulho, a caixa, brincar e descobrir as milhares de utilidades.
O divertido mesmo é rasgar o embrulho das pessoas, descobrir o que tem por dentro, qual a surpresa do Kinder Ovo.
E nessa brincadeira eu já achei tanta coisa! E a gente vai aprendendo a lidar com as nossas dificuldades e as alheias, nossos pontos fracos e os calos que não devemos pisar.
Por isso admiro mulheres, artistas, como a vocalista incrível do The Gossip-mulher de colhões.
Acho que ela concordaria comigo

sábado, 14 de novembro de 2009

Restos de sexta feira 13



Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom
Do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel

Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta sem certeza tudo o que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin’ Days

Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor

Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão

As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não
E eu corri pra o violão num lamento
E a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

700 ml


Alguém pra dividir o milkshake.
Quando ela fez o pedido caía uma chuva louca
-O grande.
Pensou que o grande era do tamanho de sua fome.
Ninguém precisa de 700 ml de sorvete, com sabe-se lá mais o que e gordura trans. Só se tiver alguém pra dividir.
Aí sim, começa a fazer sentido. A economia, a psicanálise, e tudo o que você nunca compreendeu.

Mas tá divertido assim, ela sempre arruma um jeito de ser feliz. Quando o domingo à tarde começa a se transformar em segunda feira típica de ressaca e chefe na cola, mude sua percepção ou mude alguma coisa na sua vida


O mais importante não é dividir o milkshake, é saber que a gente dá conta de tomar tudo sozinha

Como nuvens no café da manhã

sábado, 7 de novembro de 2009

Da liberdade


Alma cigana
Uma criança, um viajante, eremita.
Nem sei
Na palma da minha mão tem uma linha que se interrompe.
Cheiro de diesel, estrada.
Poeira e vento.
(preciso mesmo viajar)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Canto de Ossanha e aulas de educação sentimental

Hoje eu tive uma aula de Educação Sentimental. Não, o nome da disciplina não é esse, mas na minha cabeça eu chamei assim.
Meu professor, aquele cara baixinho e magrelo, cabelo lisinho e grisalho- aquela cara de garoto, olhos pequenos que se contraem ainda mais quando ri. Uma graça.
Me faz lembrar daqueles meninos com camisa da seleção, jogando bola na rua, ou pipa na mão tentando empinar.
A aula veio no momento certo, falamos de amor, paixão e tudo mais que envolve esses dois sentimentos.
Depois de perguntar qual era a diferença entre paixão e amor ele explicou:
- Amor a gente sente no peito, é aquela dor, aquele aperto. Paixão é no estômago ( e eu comigo mesma: "ou será um tiquinho mais embaixo?)"
Após grandes ensinamentos e reflexões pessoais, ouvi o segredo: liberdade e compromisso. As bases de qualquer relacionamento.
Se a paixão vira amor, e o amor compreende liberdade, basta você se comprometer e deixar o outro voar livre.
Tem coisa mais linda?



"O amor só é bom se doer" Canto de Ossanha
Porque se não doer, não é amor.

Ah, o verão...

Chegou mais cedo por aqui



o Sol preenchendo todos os buraquinhos da minha alma, astro rei da felicidade!